domingo, 4 de outubro de 2009

Segundos depois de ter saído daquela reunião arrependi-me de não ter morto todos os presentes que ainda ficaram na sala a conversar, a beber café e a fumar cigarros, a debater assuntos supostamente interessantes, a fingirem suportar-se uns aos outros. Queria ter uma arma comigo e ter dado um tiro no meio da testa de cada um dos meus colegas. À excepção da Janneke uma gaja porreira, é tudo estupido. Que bando de hipócritas, que bando de tristes figuras, que bando de merdas é o que são!
Tenho dias em que detesto o que faço, em que questiono a minha escolha profissional, mas sei que estas questões são devidas ao facto de trablhar com um grupo de pessoas que não valem nada, numa escola que não vale nada. E não tenho estaleca para desistir e começar de novo. Só precisava de me transportar para outro lugar que tudo o que eu faço seria nada problemático. O problema nunca sou eu, são os outros e tudo o resto. Chamem-me um cobarde de primeira linha que foge às responsabilidades e que culpabiliza tudo pelas suas falahas ao invés de si mesmo, mas eu é que sei. Sim, sou teimoso também, mas sei quando tenho razão. Também consigo admitir quando estou errado e isso acontece frequentemente, acreditem. Antes que alguém me chame de fraco ou de cobarde já eu o anunciei no jornal. Nunca sei tomar decisões acertadas ou se as tomo é tarde demais, mas nunca aprendi a fazê-lo. Nem quero. Não é um bom método e não posso dizer que tenha funcionado ao longo da minha vida miserável, mas é assim que sou e que funciono. Não sei. Não sei nada, não sei quem sou ou o que quero, perco-me em mim mesmo e no mundo sinto-me um fantasma. Sou um fantasma da minha própria existência, que ninguém vê. Mas eu vejo - e o pior é que tenho medo de fantasmas. Assusto-me a mim memso com os pensamentos que tantas vezes me ocorrem e às vezes sinto-me mesmo à beirinha de fazer mal a alguém ou a mim mesmo. Não sei se algum dia o faria. Não sei. Não sei mesmo nada.
Hoje foi um dia mau, um dia para esquecer, um dia que me faz sentir medo do dia que virá ámanhã. Espero que seja mais fácil, espero que me sinta mais calmo, espero não ter que voltar à medicação que aquele idiota do meu terapeuta me receitou há uns tempos atrás para eu conseguir viver melhor, segundo ele. Não quero, mas sinto-me entre a espada e a parede e secalhar não tenho escolha. A não ser que ámanhã leve mesmo uma arma para o trabalho e mate aquela gente toda, acabando com a frustração e ódio que me fizeram sentir hoje. Acho que isso resolveria mais do que um comprimido azul que contém 1 miligrama de alprazolam.
Preciso de ajuda e estou só. Hoje sinto saudades dos meus pais. Não dos pais que tive, porque desses só recebi desprezo e dôr. Hoje sinto falta daqueles com quem sonhei ter durante toda a minha infância enquanto tive que aturar os meus pais biológicos. Hoje precisava de ter um pai e uma mãe a quem telefonar, e que me dessem o apoio e o amor que pais são supostos dar. Mas não tenho. estou só. Hoje só me tenho a mim e nem me consigo olhar no espelho. Quero dormir e só acordar ámanhã. Quero dormir, fechar os olhos. Quero tanta coisa... quero tanto. E hoje sinto-me sem nada.
Talvez ámanhã seja melhor.

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